O PREFEITO MUNICIPAL DE JERÔNIMO MONTEIRO, ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO, no uso de suas atribuições e nos termos do inciso IV do
artigo 66 da Lei Orgânica do Município, faz saber a todos que
o Poder Legislativo Municipal aprovou e eu sanciono a seguinte
Lei:
CAPÍTULO I
DO CARATER, FINALIDADE E COMPETÊNCIA
Art. 1º. - Fica criado o Conselho Municipal dos Direitos da
Mulher – CMDM de Jerônimo Monteiro, é um órgão de caráter
permanente, propositivo, deliberativo, de controle social e
fiscalizador, que tem por finalidade garantir à mulher o pleno
exercício de sua cidadania, por meio de propostas,
acompanhamento, fiscalização, promoção, aprovação e avaliação
de políticas para as mulheres, em todas as esferas da
Administração Pública Municipal, destinadas a garantir a
igualdade de oportunidades e de direitos das mulheres em toda
sua diversidade, promovendo a integração e a participação da
mulher no processo social, econômico, político e cultural.
Parágrafo único. O CMDM é órgão vinculado à Secretária
Municipal de Assistência Social.
Art. 2º. - Respeitadas as competências exclusivas do
Legislativo e do Executivo municipal, compete ao Conselho
Municipal dos Direitos da Mulher:
I - Desenvolver ações transversais, integradas e articuladas com o conjunto de Secretarias e demais instituições e órgãos públicos para a implementação de políticas públicas específicas para as mulheres, visando à eliminação das opressões e desigualdades que atingem a vida das mulheres em toda sua diversidade, assegurando sua autonomia, liberdade e participação como sujeito de direitos;
II - Garantir a plena participação das mulheres nas atividades políticas, sociais, econômicas e culturais do estado e dos municípios;
III - Propor e opinar na elaboração e institucionalização do Plano Municipal de Políticas Para as Mulheres, bem como acompanhar e avaliar a implementação do Plano com o objetivo de garantir a efetivação de políticas públicas e a equidade de gênero;
IV - Assessorar o Poder Executivo, emitindo pareceres e acompanhando a elaboração de programas de Governo nos âmbitos federal, estadual e municipal em questões relativas às mulheres, tendo como objetivo defender seus direitos e interesses;
V - Subsidiar o Poder Executivo nas Leis Orçamentárias, assegurando a inclusão de dotações orçamentárias compatíveis com as necessidades e prioridades estabelecidas nas proposições relativas às políticas públicas para as mulheres; zelando pelo seu efetivo cumprimento e esforçando-se para realizar quaisquer outras atribuições que se apresentem em todo Ciclo Orçamentário.
VI - Acompanhar o processo de execução orçamentária e financeira do Poder Executivo Municipal no contexto das políticas públicas para as mulheres no município e, ainda fiscalizar sua utilização e avaliar os resultados;
VII - Desenvolver, estimular e apoiar estudos, debates e pesquisas sobre as condições das mulheres, na cidade e no campo, propondo políticas públicas para eliminar todas as formas de discriminações;
VIII- Divulgar, fiscalizar e exigir o cumprimento da legislação em vigor relacionado aos direitos assegurados das mulheres;
IX - Sugerir adoção de medidas normativas para modificar ou revogar Leis, regulamentos, usos e práticas que constituem discriminações contra as mulheres;
X - Sugerir adoção de providências legislativas que visem eliminar as discriminações contra as mulheres, encaminhando as ao organismo público competente;
XI - Promover intercâmbios, firmar convênios e outras formas de parcerias com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, com o objetivo de incrementar o programa/planejamento do Conselho;
XII - Manter canais permanentes de diálogo e articulação com os movimentos feminista, de mulheres e outros movimentos sociais em suas várias expressões, apoiando suas atividades sem interferir em sua organização e seus princípios políticos;
XIII - Apresentar, receber e examinar denúncias, reclamações, solicitações que envolvam fatos e episódios violadores dos direitos humanos das mulheres, encaminhando-as aos órgãos competentes para as providências cabíveis, além de acompanhar os procedimentos pertinentes;
XIV - Propor a criação de um fundo especial para captação de recursos destinados a atender as políticas, ações e programas destinados as mulheres, bem como deliberar sobre aplicação dos recursos oriundos do mesmo, elaborando e aprovando os planos de ação e aplicação, bem como acompanhar, fiscalizar sua utilização e avaliar os resultados;
XV - Criar comissões técnicas temporárias e permanentes para melhor desempenhar as funções do Conselho;
XVI - Elaborar, propor e aprovar o Regimento Interno do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Jerônimo Monteiro, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data da posse dos conselheiros; Divulgar os direitos das mulheres, bem como os mecanismos que asseguram tais direitos;
XVII - Organizar e realizar as conferências de políticas para as mulheres nas suas respectivas instâncias político-administrativas, em conformidade com as legislações pertinentes.
XVIII - Deliberar sobre a realização de pesquisas e estudos sobre as mulheres, construindo acervos e propondo políticas públicas para o empoderamento, com vistas à divulgação da situação da mulher nos diversos setores.
XIX - Sugerir a adoção de medidas normativas para modificar ou derrogar leis, regulamentos, usos e práticas que constituam discriminações contra as mulheres;
Art. 3º. - Para cumprir suas atribuições e finalidades, o
Conselho após a aprovação de suas conselheiras, poderá:
I - Requisitar aos órgãos públicos municipais, estaduais e federais, certidões, atestados, informações, cópias de documentos e expedientes ou processos administrativos;
II - Representar junto às autoridades competentes;
III - Realizar ações e diligências que reputar necessárias para a apuração de fatos considerados violadores dos direitos humanos das mulheres;
IV - Colher depoimento de autoridades públicas que visem esclarecer temas ou denúncias sob apreciação do Conselho;
V - Ter acesso a repartições públicas para conhecimento in loco do andamento dos programas relacionados à mulher;
VI - Realizar anualmente o “PLANO DE AÇÃO ORÇAMENTÁRIO” do
CMDM de Jerônimo Monteiro;
Parágrafo único. O CMDM poderá emitir parecer opinativo sobre
as despesas de outras Secretarias Municipais, quando
relacionadas à implementação de Políticas para as Mulheres.
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO
Art. 4º. - O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – CMDM
de será composto por 2(dois) representantes de cada órgão,
sendo Conselheiras titulares e suplentes, escolhidos dentre
representantes do Governo Municipal e representantes da
sociedade civil organizada.
Art.5º. - Integrarão o CMDM, conselheiras titulares e
suplentes, representantes dos seguintes órgãos:
I - Secretaria Municipal de Assistência Social;
II - Secretaria Municipal de Saúde;
III - Secretaria Municipal de Educação;
IV - Secretaria Municipal da Fazenda;
V – Representante do Departamento de Ciências Florestais e da Madeira- UFES;
VI – Representante da OAB;
VII- Representante da Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora;
VIII- Representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais;
IX- Representante de Comunidade Quilombola.
Art. 6º. - As representantes da sociedade civil serão indicados
pelos movimentos sociais, após escolha em processo eletivo,
contemplando as seguintes representações:
I - Organizações de Mulheres;
II - Organizações de Trabalhadoras Rurais;
III - Organizações de Raça e Etnia
IV - Entidades de Juventude;
V - Entidades de Movimentos Sociais Diversos
§ 1º - O Regimento Interno do CMDM estabelecerá as exigências
constitutivas de cada organização e as normas do processo
eletivo interno para as Eleições das Representações da
Sociedade Civil.
Art. 7º. - O CMDM contará com uma Secretaria Executiva e poderá
contar com assessorias técnicas permanentes ou eventuais para
desenvolvimento de suas atividades.
Parágrafo único. Os recursos financeiros, materiais e humanos
necessários ao funcionamento do CMDM serão assegurados pela
Secretaria de Assistência Social.
Art. 8º. - Após as devidas indicações, previstas nos art. 5º e 6º, as Conselheiras do CMDM de serão nomeados, por ato do Chefe do Poder Executivo.
Art. 9º. - O processo eleitoral de que trata o art. 6º deverá
ser concluído em até 60 (sessenta) dias imediatamente
anteriores ao término do mandato.
§ 1º - O Poder Público Municipal e as entidades da sociedade civil representantes das entidades referidas no art. 6º indicarão ao CMDM os nomes das novas Conselheiras e Suplentes em até 10 (dez) dias após o término do processo eleitoral.
§ 2º - A coordenação do processo eleitoral para indicação das representantes da sociedade civil dar-se-á através de uma comissão específica de caráter provisório, composta por representantes do CMDM.
§ 3º - A função de membro do CMDM é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.
§ 4º - Os integrantes do CMDM que forem servidores públicos, quando indicados para participar do Conselho, deverá receber autorização de suas chefias imediatas para se ausentarem do trabalho, a fim de cumprirem atribuições relevantes estabelecidas nesta Lei.
§ 5º - A Diretoria Executiva do CMDM de será eleita dentre as
Conselheiras nomeadas e empossadas.
Art.10. - O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher tem a
seguinte estrutura:
I - Diretoria Executiva, composta por Presidenta, Vice Presidenta e Secretária Geral;
II - Plenário;
III - Comissões de Trabalho, constituídas por resoluções do Conselho;
IV - Secretaria Executiva.
§ 1º - A Presidenta poderá ser reconduzida para um mandato consecutivo, obedecendo ao mandato dos conselheiros que será de 3(três)anos.
§ 2º - Os membros da Diretoria Executiva serão eleitos por voto direto da maioria simples dos membros do CMDM presentes, pelo menos dois terços de seus integrantes.
§ 3º - As atribuições dos membros da Diretoria serão definidas no Regimento Interno do Conselho.
§ 4º - A criação e denominação das comissões necessárias ao
bom funcionamento do CMDM, dar-se-á após proposta e deliberação
do Plenário do Conselho, na forma disciplinada pelo Regimento
Interno.
Art.11. - O mandato das Conselheiras será de três anos, permitida a recondução.
Art.12. - Os recursos financeiros, materiais e humanos necessários ao funcionamento do CMDM serão assegurados pela Secretaria de Assistência Social.
Art.13. - O funcionamento CMDM será disciplinado em Regimento Interno, elaborado e aprovado por suas integrantes e expedido por portaria da Secretaria de Assistência Social.
Art.14. - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.